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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Em artigo no jornal O Globo, presidente do PT defende a criação de um novo marco regulatório para a mídia.

“PT não abrirá mão de lutar por uma comunicação mais democrática”

 Rui Falcão, presidente nacional do PT (Foto: Ricardo Weg/PT)                       

A firme defesa que o Partido dos Trabalhadores faz da necessidade da criação de um novo marco regulatório para a mídia criou um paradoxo: acusa-se de tentar cercear a liberdade de imprensa quem, através dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, não teve um único gesto ou iniciativa para inibir a mais ampla liberdade de opinião e expressão de todos os meios de comunicação, repelindo sempre a censura.
Não obstante a campanha dos detratores, que agridem a realidade em nome do obscurantismo e da negação dos novos tempos trazidos pela revolução digital, o PT não abrirá mão de lutar por uma comunicação mais democrática. Nosso compromisso é com o país e com a janela de oportunidades que se abre.
A regulação do setor não é invenção brasileira ou do PT. Ela existe em vários países. E ganha corpo na mesma velocidade em que os interesses econômicos, culturais, tecnológicos e de soberania nacional ficam mais evidentes com a nova realidade digital.
O PT, no seu papel de agente das transformações para a maioria, entende que alguns pontos precisam ser instituídos para que uma regulação moderna e democrática dote o país de ferramentas eficazes de inclusão social e defesa da comunicação e cultura nacionais.
O acesso à internet em banda larga é serviço essencial e instrumento indispensável na luta pela democratização da informação e do conhecimento. Sem conexão acessível aos mais pobres jamais reduziremos o fosso ainda grande entre brasileiros, por mais que os governos Lula e Dilma já tenham feito.
Entendemos que cabe ao Estado regular o setor de telecomunicações, até para evitar que o poderio econômico dos grupos que controlam a telefonia, por exemplo, sufoque os próprios setores da mídia tradicional, numa repetição em escala maior ainda do que já estamos testemunhando hoje com as crescentes dificuldades enfrentadas por emissoras de rádio do interior brasileiro.
Na outra ponta, é preciso ampliar os recursos em grandes redes de radiodifusão pública e de telecomunicações. O objetivo da EBC e da Telebrás não é o mesmo dos entes privados. Cabe ao Governo ser o indutor no espraiamento da democracia com seus veículos, sem que isso signifique a asfixia ou morte, como alardeiam os pregadores da falsa discussão.
Não fugiremos do nosso compromisso. O direito à livre expressão é pilar do PT. Não existe antagonismo algum entre ele e a defesa firme por mudanças que adequem o Brasil aos novos e irrevogáveis ventos da convergência digital. O não aos monopólios tem que ser acompanhado da inclusão da maioria da população e do sopro que a produção cultural do país exige.
O governo da presidente Dilma tem mostrado com atos que a busca pela democratização é compromisso. A Lei de Acesso à Informação e a criação da Comissão da Verdade estão aí, depois de muito esforço do PT e da sociedade civil. A regulação democrática da mídia será mais um passo mirando o futuro. O PT, democraticamente, continuará lutando pelas transformações do Brasil.
Rui Falcão é deputado estadual (SP) e presidente nacional do PT.

domingo, 20 de novembro de 2011

"A democracia está desaparecendo na Europa", diz líder da esquerda alemã

Michael Schlecht |
20/11/2011 - 09h00 | Eduardo Febbro/Página12 | Berlim

Cai o primeiro ministro-grego Yorgos Papandreu, substituído por um emissário do sistema bancário. Cai o presidente do Conselho Italiano, Silvio Berlusconi, substituído por outro tecnocrata interlocutor do sistema financeiro. A crise da dívida cobrou mais do que estas duas vítimas: na Espanha modificou a agenda eleitoral; em Portugal os partidos implementaram reformas ditadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pelo BCE (Banco Central Europeu); na Irlanda o desastre conduziu ao mesmo beco sem saída.

A democracia europeia se converteu em uma democracia de banqueiros. A vontade das maiorias foi substituída por dirigentes saídos do coração dos bancos e que jamais se expuseram ao voto nem conquistaram nunca um mandato eletivo. O medo das urnas, ou seja, que o eleitorado rejeite os ajustes e a guilhotina social, conduz a colocar marionetes dos bancos à frente do Estado. Nunca como agora a ditadura dos mercados havia forçado o destino dos povos. As agências de qualificação desfazem as maiorias eleitas e as substituem por representantes da racionalidade financeira, as contas sem déficits e artesãos da decapitação social.

WikimediaCommons


A democracia europeia afunda nos braços das finanças. O continente da liberdade se transformou em continente “Wall Street”. Gestores das finanças e dos bancos, sem a menor legitimidade democrática, chegam ao poder com o pôquer dos ajustes. O deputado e economista alemão Michael Schlecht, responsável pelo bloco parlamentar do partido Die Linke (A Esquerda) analisa nesta entrevista o transtorno das democracias européias e denuncia o papel que desempenhou o capitalismo alemão nesta mega crise. Para Michael Schlecht, a democracia está se evaporando do Velho Continente.
A democracia Européia está sendo construída pelos bancos, não pelos eleitores que decidem por uma maioria? Para além do que pensemos deles, Papandreu e Berlusconi são as vítimas mais recentes desta nova doutrina?
A resposta é muito simples. A democracia está desaparecendo dia após dia na Europa. Por exemplo, quando no dia cinco de junho passado se organizaram as eleições em Portugal, a Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu, União Européia) pediu aos dois partidos políticos portugueses que tinham chances de ganhar as eleições que assinassem um acordo diante do qual se comprometessem em implementar as condições impostas pela Troika. Agora isso aconteceu com a Grécia e é a vez da Itália. Por conseguinte, pode-se dizer que os portugueses não tiveram eleições verdadeiramente livres. Foi usada uma arma contra eles. Na realidade, com esta política européia, a Alemanha está defendendo com unhas e dentes os interesses financeiros, os interesses do mercado. O governo de Angela Merkel tem uma atitude muito agressiva neste ponto. É uma agressão sem tanques. Mas o resultado é o mesmo. 
Isso equivale dizer que a Alemanha é hoje a grande polícia financeira da Europa? A Alemanha, junto com a França, foi a vanguarda da substituição de poderes surgidos das urnas por tecnocratas teleguiados pelos bancos?
O que a Alemanha está fazendo é dando seu acordo ao que está ocorrendo. A Alemanha está preparando o terreno porque tem um excedente de exportações muito maior que suas importações. Nos últimos dez anos o excedente alemão alcançou um trilhão de euros. Por outro lado, este excedente gigantesco acarreta uma contrapartida da outra parte: faz com que a dívida cresça nos países importadores. Cerca de 50 ou 60% da dívida criada por esta política alemã aparece nas contas dos demais países da Europa. Todos falam da dívida na Europa, mas ninguém diz nada sobre o país que ganha muito com esta dívida. E este país é a Alemanha. A dívida dos países europeus é o resultado da política alemã no Velho Continente.
O núcleo desta política é o dumping dos salários. Nos últimos dez anos tivemos um dumping salarial que chega a 5%, e isso sem considerar a inflação. Nenhum outro país da Europa conhece uma situação semelhante derivada do dumping salarial. Esta política de dumping equivale a colocar uma metralhadora nas mãos dos capitalistas alemães. É uma arma muito destrutiva. No século passado, a Europa estava arrasada pelos tanques alemães. Agora está arrasada pela política de Angela Merkel.
A desaparição da democracia na Europa é um fato considerável. O Velho Continente é o berço da democracia. É um péssimo exemplo para o mundo. Por acaso não é o fim do poder e dos valores da Europa sobre o resto do planeta? 
Veremos o que nos diz o futuro. Acho que, no próximo ano, os povos da Europa podem lutar e levantar-se em defesa dos interesses da democracia e contra os mercados financeiros. Aí teremos uma possibilidade de restabelecer a democracia na Europa. Esta é a luta da esquerda alemã neste momento. 
Você acha realmente que haverá um povo mais forte disposto a encarar a luta? Por acaso não é tarde demais, por acaso a ideologia do consumo não adormeceu as consciências? 
Acho que sob as condições que existem hoje podemos ver o surgimento de movimentos sociais fortes, como aconteceu na Grécia. A situação que encontramos na Alemanha incita a isso. A história está aberta para que os povos a escrevam. 
O que aconteceu à social-democracia europeia? Embora seu inimigo ideológico, o ultraliberalismo, tenha cometido todos os erros possíveis e tenha afundado o planeta, o discurso da social-democracia não tem liga, não gera confiança. É uma crise da social-democracia ou uma crise do eleitorado? 
As duas coisas. Estou convencido de que, dentro de um futuro imediato, teremos uma explosão na zona do euro. Teremos que escrever nos livros de história que os social-democratas alemães, junto ao partido verde, foram o poder político que gerou as medidas que conduzirão ao fim do euro. Os social-democratas e os verdes iniciaram o dumping salarial. Essa política é a responsável pelo que acontece hoje.
Reconheço o drama total que há neste momento na Europa por culpa desta situação. Durante muitos, muitos anos, foi necessário que, na Europa Central, houvesse guerras e morte. Depois de 1945 e pela primeira vez na história, tivemos 70 anos de paz, o que é totalmente anormal. A paz neste continente é uma anomalia. 
Se olharmos a história da Europa notaremos que nunca antes tivemos 70 anos de paz seguidos. Agora, esta paz é o resultado dos intercâmbios de idéias e de mercadorias que se levou a cabo sob o abrigo da construção européia. Mas, se este abrigo se esfacela e cai sobre a cabeça dos povos, a situação se torna muito inquietante e perigosa. Talvez voltemos à mesma situação. Vamos tratar de melhorar o movimento de esquerda sob estas novas condições, vamos explicar melhor nossa política para ganhar a batalha. 
Entrevista do jornal argentino Página 12 reproduzido em Carta Maior. Michael Tradução: Libório Junior

sábado, 19 de novembro de 2011

Que lição! Petrobras socorreu a incapaz Chevron… E a nossa grande imprensa encobre

A nossa grande imprensa “papou mosca”, de novo. E de novo em um assunto de imensa gravidade.
O presidente da Chevron no Brasil, Charles Buck, disse ontem à noite que a empresa foi culpada pelo vazamento, por não aplicar técnicas adequadas de cimentação do revestimento da coluna de perfuração .
A perfuração foi feita com uma cimentação insuficiente para proteger a rocha em torno dos tubos de revestimento do poço e o petróleo subiu por este espaço, infiltrando-se na rocha e subindo à superfície do solo oceânico.
A revelação está no portal Energia Hoje: (...)
Ou seja, a Chevron cometeu erros técnicos básicos, conduzindo a perfuração por uma extensão grande demais antes de noca cimentação. E esse erro tem uma básica razão: redução de prazos e custos da operação. Mas a Chevron cometeu outro erro, mais grave, imperdoável.
A narrativa do presidente da empresa mostra claramente que a Chevron sabia, desde o dia em que foram avistadas as manchas de óleo, a razão do vazamento.
Se é que não sabia antes, porque as manchas foram avistadas pelo pessoal da Petrobras e, aí, não dava mais para ter segredo.
Como não houve vazamento direto pela cabeça de poço, o que é evitado pelo equipamento chamado Blowout Preventer, pode – pode, insisto – ter havido a tentação de imaginar que o fluxo de óleo externo ao tudo fosse ficar retido pelas paredes de rocha e ou não alcançasse a superfície ou vazasse muito lentamente, sem grandes evidências.
Há um erro técnico que deve ser avaliado pelos peritos. Mas há um crime indiscutível de omissão de informações – com a  indulgência da nossa mídia – , crime que é imperdoável, porque evidencia má-fé.
Leia Mais: http://www.tijolaco.com/chevron-assume-culpa-ela-escondeu-o-vazamento/


A fonte não poderia ser mais insuspeita: é O Globo quem diz que foi a Petrobras, que opera o campo de Roncador, vizinho ao de Frade, que encontrou óleo no mar, avisou a Chevron e ainda emprestou os dois robôs  submarinos necessários para identificar a origem e começar a combater o vazamento de petróleo.
Emprestou porque o equipamento da Chevron, diz o jornal, “tinha capacidade limitada de operação e não conseguia fazer uma leitura precisa das coordenadas do local de onde vinha o petróleo”. E os robôs submarinos da Petrobras tinham e conseguiam.
A Chevron não é uma empresa inexperiente e sem equipamentos ou tecnologia. So que não se acanha de trabalhar aqui com equipamento limitado ou obsoleto, porque se sabe poderosa. Ao ponto de passar uma semana distribuindo press-releases e fotos mentirosas do vazamento e não ser questionada pela imprensa, como ocorreu.
Agora, os jornais falam em falta de transparência e os ambientalistas protestam. Muito bem, é o correto. Como foi incorreto seu silêncio.
Que episódio tristemente exemplar do comportamento colonizado de nossa elite “pensante”. Aceitou passivamente o “la garantía soy yo” da petroleira americana. Não foi atrás de um dado, de informações, de elementos. Era a Chevron, uma das “sete irmãs” do petróleo quem dizia, para quê?
Quis o destino que devamos também a um americano – um simples geógrafo, John Amos, do site Skytruth - a chance que tivemos de furar este bloqueio de servilismo. Foi ele, com a interpretação de fotos – públicas, por sinal – de satélites,  conseguiu demarcar o tamanho imenso da mancha de óleo. E a blogosfera – aliás, aos “blogueiros sujos” como nos chamam os “limpinhos”  da grande mídia – difundiu a verdade com que não contavam.
Na cabeça servil dos colonizados não entra o entendimento de que, para o Brasil, a Petrobras não é apenas uma empresa para furar poços e tirar petróleo como as demais. Não conseguem entender que é ela, e mais ninguém, quem tem a tecnologia, os equipamentos e o conhecimento para que essa perigossíssima atividade – e mais ainda no mar – possa ser feita em segurança e tenha uma fiscalização correta.
O resto, sobretudo a ANP, não tem tamanho, capacidade e, sobretudo, tamanho e conhecimento para se relacionar, de forma altiva e corajosa, com essas gigantes que estão por aqui. E que não podem ficar, se os seus métodos de trabalho forem os que estão sendo revelados na Chevron.
http://www.tijolaco.com/

terça-feira, 8 de novembro de 2011

IDH: Lula está certo, venderam jornal velho

Do Projeto Nacional e Tijolaço
4/11/2011
Por: Fernando Brito


Vocês devem ter lido que o ex-presidente Lula, no meio de um sério tratamento de saúde, abalou-se para reclamar dos números do Índice de Desenvolvimento Humano divulgados quarta-feira, com grande estardalhaço.
Nele, o Brasil subia apenas uma posição, ficando em 84° lugar, entre 187 países. E ainda caía, quando levados em conta os indicadores de igualdade/desigualdade social.
Prato feito para nossa imprensa.
Se não é Lula, sem voz, estrilar, virava verdade.
Mas, como ele estrilou, é só convidar os jornalistas a visitarem, no site da própria ONU, a página que dá a informação sobre de onde eles tiraram estes dados.
E lá você vai ver que as estatísticas usadas foram as da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, PNAD, do IBGE, que é divulgada anualmente, com dados do ano anterior.
A que o ranking do IDH usou é a de 2005, com dados de 2004!
A de 2009 está disponível no site do IGBE, com os dados do ano de 2008, como você pode ver aqui.
Agora, compare o que acontecia em 2004 com este gráfico publicado semana passada sobre renda e desigualdade no Brasil pela The Economist, no qual traduzimos os títulos, sem mexer nos dados.
Venderam a todo mundo o jornal de ontem. De ontem, não, de seis anos atrás.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Em vídeo, Lula agradece apoio recebido

Ao lado de sua esposa, Marisa Letícia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu em vídeo pelo apoio dado por milhares de pessoas que lhe enviaram mensagens de solidariedade.


A gravação ocorreu na tarde deste terça-feira (1º), pouco antes de Lula deixar o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde fez sua primeira sessão de quimioterapia.

“Eu quero mais uma vez agradecer ao povo brasileiro, pelo carinho, pela solidariedade. O que aconteceu comigo é daquelas coisas que acontecem com todo mundo, mas a gente pensa que acontece com os outros, nunca com a gente.
Eu estou preparado, para enfrentar mais uma batalha, e acho que nós vamos conseguir, e tirar de letra, basta que a gente siga as recomendações médicas. Acho que nós vamos vencer esta batalha, não foi a primeira e não será a última batalha que eu vou enfrentar. E com a solidariedade de vocês, é muito mais tranqüilo, muito mais fácil. Eu acho que a gente precisa continuar acreditando no Brasil, botando fé neste país, será inexorável a caminhada do país para se transformar numa grande economia. Dá muita alegria de ver a qualidade do povo brasileiro e a gente fazer o que tem que ser feito. Acreditar na nossa presidenta, ajudar ela, porque assim que o Brasil vai para frente, não existe espaço para pessimismo, não existe espaço para ficar lamentando que ah! Hoje o dia não foi bom. Se o dia não foi bom, a gente fará ele ficar melhor amanhã! Com muita garra!
Prestem atenção numa coisa, sem perseverança, sem muita persistência e sem muita garra, a gente não consegue nada! E nem um ser humano pode se deixar vencer, por uma dor ou por qualquer assunto! Nós temos que lutar, afinal de contas foi por isso que ... para lutar, para melhorar a vida de todo mundo.
Então um abraço, vocês percebem que a minha voz não esta boa ainda, estou doído, para falar meus companheiros e companheiras mais forte, mas não estou podendo.
Mas de qualquer forma, eu e a Mariza, agradecemos o carinho, sabe, mas de coração pelas manifestações de vocês!”
Um beijo e até a primeira assembléia, ou primeiro comício, ou primeiro ato público!”
Luiz Inácio Lula da Silva