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domingo, 24 de julho de 2011

Presidenta Dilma: Não queremos inflação sob controle com crescimento zero

Em conversa que durou 1:30 h com repórteres de cinco grandes jornais brasileiros a presidenta Dilma Rousseff explicou as políticas de seu governo, as razões e a estratégia que a levaram a manter o crescimento e convergir a inflação para o centro da meta ate 2012. "Estamos criando um quadro para a inflação sob controle", assinalou, demonstrando, também, sua determinação de manter "a economia crescendo de forma consistente". (Do blog do Zé Dirceu)

Segue abaixo os principais pontos da entrevista conforme publicado em O Globo no sábado dia 23/07:

Controle da inflação:
“Uma política de curto prazo (para derrubar a inflação) teria um efeito desastroso. O de derrubar a economia. Não queremos inflação sob controle com crescimento zero. Esse seria o pior dos mundos. O que já ocorreu no passado.Espero chegar ao centro da meta o mais rápido possível. Estamos fazendo o chamado pouso suave. Combatemos a inflação, mas com taxa de emprego adequadas ao país.”

“O superávit primário, nós cumprimos acima da meta. Até maio, a administração centralizada fez um superávit de 45,5% para uma meta de 81,7%. Fizemos mais da metade em cinco meses.”

■ Crise Mundial
“Monitoramos todas as hipóteses (de desdobramentos da crise européia e da situação americana). Quando percebermos quaisquer ameaças ao país, nós tomaremos medidas duras.”
“Você acha que podemos fazer alguma coisa? Não dá. Pois não sabemos se de fato eles estão brincando à beira do abismo ou se eles já conseguiram criar uma rede de proteção. Veja, por exemplo, os Estados Unidos e o debate sobre o teto do endividamento americano. Nunca se sabe até que ponto vai a irracionalidade política. O momento é de muito pouca clareza no mundo.”

O calote “organizado” da Grécia
“Tem que ser feito. Não tem jeito.”

■ Crise do Ministério dos Transportes
“Sairão todos os diretores do Dnit e da Valec. Estamos fazendo uma renovação. Todos sairão. Mas não tem nenhuma análise de valor sobre eles (os demitidos).
“Não seu baseadas em que elemento as pessoas fazem esta avaliação (a de que a presidente está queimando a gordura que lhe foi deixada pelo ex-presidente Lula).”
“Não vejo como mediadas necessárias na administração (prejudiquem a relação do governo com a base). É uma tentativa de criar uma crise onde não existe.”
“Não podemos demonizar a política. O deputado tem direito a lutar para que recursos sejam investidos na sua base eleitoral. Essa relação é democrática, não tem nada de errado.”
“Cansei de receber juntos governadores de estados mais pobres acompanhados das bancadas de oposição e situação, unidos em defesa de recursos para determinados projetos. Eu não posso olhar e demonizar essa relação. Mas tem relação que não é correta. Mas tem relação que não é correta. De qualquer forma temos que ter cuidado, porque tem gente inocente. No caso do Ministério dos Transportes, optamos por uma modificação geral.”

■As mudanças no DNIT
“A renovação é oportuna. Só posso mandar os nomes dos futuros diretores em agosto, quando o Senado volta a funcionar, porque ele tem que aprovar os novos dirigentes. Pretendo fazer isso nos primeiros dias de agosto, porque eu preciso. Porque o órgão não pode parar. Preciso tocar (as obras).”

■ Lei de acesso aos documentos oficiais secretos
“Os Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores estão de acordo com a proposta que foi aprovada na Câmara e está para ser votada no Senado. Eles amadureceram para essa posição. Queremos que as pessoas que não têm essa compreensão passem a ter. As duas pastas estão com a tarefa de conversar com os senadores Fernando Collor e José Sarney (PMDB-AP) (ambos têm restrição à regra de que os documentos serão secretos por 25 anos com uma prorrogação de mais 25). As questões relacionadas aos direitos humanos não terão qualquer sigilo. As que se referem à proteção ao conhecimento tecnológico não são objeto desta legislação.”

■ Documentos secretos
“Na Casa Civil enviei oficio para todos os arquivos do governo pedindo informações sobre o período da ditadura. Recebi muita coisa. Mas fui informada também, por muitos órgãos, que os documentos tinham sido queimados. Então pedi a prova. O auto de infração, onde dizia quem deu a ordem, quem executou e em que data. Os documentos não eram sigilosos e foram queimados todos. Fiquei cinco anos atrás desses documentos. Minha impressão é a de que eles não foram destruídos agora (no Governo Lula) nem no do presidente FHC. Foram destruídos antes.

■ Política industrial
“Vamos lançar um Programa de Inovação do Brasil, o PIB. No dia 2 de agosto anunciaremos medidas de incentivo à exportação de manufaturados; e, no dia 9, de melhorias na legislação do Super Simples. (...) A desoneração da folha (de pagamento das empresas) vai na  seqüência. Temos que ver se há espaço fiscal.”

■ Bolsas de estudo
“ Gostaria de chamar a atenção de vocês. Dentro do Pronatec há o Brasil Sem Fronteiras. Vamos oferecer 75 mil bolsas de estudo nas 30 melhores universidades do mundo. Elas serão para graduados, pós-graduados e pós-doutores nas áreas de Engenharia, Matemática, Biologia, Física, Química e de Ciências Médicas. Nós temos um “gap” entre o que nós somos e que o mundo é. (...) na semana que vem, quando reunirmos o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o CDES, vou propor aos empresários que eles financiem mais 25 mil bolsas de estudo no exterior. Se der certo, vamos estar formando cem mil no exterior. (...) Além disso, temos hoje uma realidade em que estão sobrando cérebros desempregados nos Estados Unidos e na Europa. O neurocirurgião Miguel Nicolelis me contou que há quase quatro mil engenheiros da NASA desempregados nos Estados Unidos. Já conversei com o Ministro Haddad (Educação) que temos que oferecer uma careira nas universidades para esses profissionais. Não vamos tirar vaga de nenhum professor universitário. Vamos oferecer a eles um contrato temporário de cinco anos, renovável por mais cinco anos. Estamso formatando este programa, que poderá significar um investimento entre R$2 e R$3 bilhões”.

■ Bolsa Verde
 “Nas áreas de proteção ambiental, não tem outra saída. Vamos ter que pagar para os proprietários de terra, que têm como única fonte a derrubada da mata, proteger as árvores. Estamos pensando pagar algo entre R$200 e R$545.”
“Temos que proteger a água também. Vamos criar o Água para Todos. Será um espécie de Luz para Todos do governo Lula, voltado para o semiárido. Trabalhamos com uma estimativa de 750 mil proprietários.”

■ Trem Bala
“Estamos preocupados em garantir competitividade nas licitações. Vocês conhecem o trem-bala que liga Tóquio a Osaka, no Japão? Este transporte é o ideal para ligar grandes populações, por um trajeto entre 500Km a 800Km, como as de São Paulo e do  Rio. É nossa obrigação. É inviável o transporte de passageiros por avião entre essas duas cidades. O trem-bala vai promover a desconcentração populacional dessas duas megacidades. E vai criar uma valorização imobiliária ao longo de seu trajeto.

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