Do Blog do Zé Dirceu
Publicado em 11-Jul-2011
A situação na Europa é tão grave que Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, convocou para hoje uma reunião de emergência com a presença de Jean Chaude Triched, presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, o chefe dos ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o comissário da União Europeia para Assuntos Econômicos, Olli Rehn: tudo por causa do risco de default de Grécia e dos riscos de contaminação da Itália e do agravamento da situação de Portugal, Irlanda e, mesmo, da Espanha.
A percepção do mercado financeiro é de que a Itália – terceira maior economia da zona do euro - seria a provável próxima vítima da contaminação da crise na zona do euro. Ao final da semana passada, o principal índice da Bolsa de Valores de Milão caiu 3,5%. Também as ações do maior banco do país, Unicredit Spa, caíram 7,9%.
Para piorar o quadro, o retorno extra exigido pelos investidores para manter bônus da Itália e da Espanha aumentou nesta manhã para os níveis mais altos desde a criação do euro. Segundo a Agência Estado, no começo da manhã, o spread (prêmio) do yield (retorno ao investidor) dos bônus de 10 anos da Itália subia 23 pontos-base sobre os títulos alemães, para o recorde de 266 pontos-base.
Problema comum a vários países
Esse aumento dá-se às vésperas, esta semana, da venda programada pela Itália de até 7,5 bilhões de euros em diferentes séries de bônus, com vencimentos entre 5 e 15 anos. O problema é comum a Grécia, Irlanda e Portugal, países que também tiveram dificuldades em levantar fundos no mercado com os yields dos bônus de 10 anos a 7%.
O mais grave na Europa é que os trabalhadores, a classe média, os pequenos e médios empresários, os funcionários públicos e os aposentados estão pagando duas vezes a conta da aventura norte-americana e européia, da falência dos bancos, evitada com recursos públicos e com mais endividamento.
Essa mesma dívida agora está sendo paga com o corte de salários, aposentadorias, gastos sociais, investimentos, recessão e desemprego, aumento de impostos diretos e indiretos, das contribuições para a previdência, assim como com a ampliação da idade para aposentadoria e dos anos de contribuição, além de um vasto programa de privatizações e desregulamentação, a mesma que levou à crise atual.
Estados Unidos e Brasil
Sem me ater mais a detalhes, quero insistir, aqui, na avaliação sobre a Europa. O quadro não diz respeito apenas a uma crise conjuntural e nem ela se limita ao “velho” continente, como era conhecido. O que está em pauta, hoje, atinge principalmente os Estados Unidos. Não vê isso quem não quer.
E o quadro atual significa que o Brasil precisa adotar medidas para se proteger e evitar o contágio, que é inevitável. Na prática, nada indica que a crise internacional vá diminuir. Hoje, na Itália as manchetes dizem tudo: “Dia do Medo”. Medo de que as bolsas italianas sejam contaminadas pela crise Portuguesa e que Espanha e não resista à falta de confiança generalizada.
http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&&id=12591&Itemid=2A percepção do mercado financeiro é de que a Itália – terceira maior economia da zona do euro - seria a provável próxima vítima da contaminação da crise na zona do euro. Ao final da semana passada, o principal índice da Bolsa de Valores de Milão caiu 3,5%. Também as ações do maior banco do país, Unicredit Spa, caíram 7,9%.
Para piorar o quadro, o retorno extra exigido pelos investidores para manter bônus da Itália e da Espanha aumentou nesta manhã para os níveis mais altos desde a criação do euro. Segundo a Agência Estado, no começo da manhã, o spread (prêmio) do yield (retorno ao investidor) dos bônus de 10 anos da Itália subia 23 pontos-base sobre os títulos alemães, para o recorde de 266 pontos-base.
Problema comum a vários países
Esse aumento dá-se às vésperas, esta semana, da venda programada pela Itália de até 7,5 bilhões de euros em diferentes séries de bônus, com vencimentos entre 5 e 15 anos. O problema é comum a Grécia, Irlanda e Portugal, países que também tiveram dificuldades em levantar fundos no mercado com os yields dos bônus de 10 anos a 7%.
O mais grave na Europa é que os trabalhadores, a classe média, os pequenos e médios empresários, os funcionários públicos e os aposentados estão pagando duas vezes a conta da aventura norte-americana e européia, da falência dos bancos, evitada com recursos públicos e com mais endividamento.
Essa mesma dívida agora está sendo paga com o corte de salários, aposentadorias, gastos sociais, investimentos, recessão e desemprego, aumento de impostos diretos e indiretos, das contribuições para a previdência, assim como com a ampliação da idade para aposentadoria e dos anos de contribuição, além de um vasto programa de privatizações e desregulamentação, a mesma que levou à crise atual.
Estados Unidos e Brasil
Sem me ater mais a detalhes, quero insistir, aqui, na avaliação sobre a Europa. O quadro não diz respeito apenas a uma crise conjuntural e nem ela se limita ao “velho” continente, como era conhecido. O que está em pauta, hoje, atinge principalmente os Estados Unidos. Não vê isso quem não quer.
E o quadro atual significa que o Brasil precisa adotar medidas para se proteger e evitar o contágio, que é inevitável. Na prática, nada indica que a crise internacional vá diminuir. Hoje, na Itália as manchetes dizem tudo: “Dia do Medo”. Medo de que as bolsas italianas sejam contaminadas pela crise Portuguesa e que Espanha e não resista à falta de confiança generalizada.
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